sexta-feira, 10 de maio de 2013

Paisagens do sertão

Paisagens do sertão

É tão bonito o sertão
Na hora do sol poente
Os raios de cor de ouro
Nas nuvens resplandecente
É o quadro mais bonito
Da natureza presente

E o por traz da serrania
O sol vai se escondendo
Seu globo da cor de brasa
Fica desaparecendo
Os rios ficam laranja
Logo vai anoitecendo

A cigarra canta forte
Avisa que a noite vem
O morcego sai da toca
Voou de piruetas tem
E a coruja de agouro
Voando segue também

A crença é muito antiga
Se a coruja cantou
De noite perto de casa
O galho que ela pousou
Seca e se tem doente
A esperança acabou

A lua branca no céu
É sinal de ventania
Quando o sol vai ser quente
De manhã a água é fria
Quando o sal umedece
Vem chuva a qualquer dia

O acauã quando canta
É sinal que a seca vem
Arapuá busca comida
Sinal de fome também
Essa é a sabedoria
Que o sertanejo tem

Se tem seca prolongada
Falta água na barragem
O verde desaparece
Gado morre sem pastagem
No campo ver-se a ossada
É tão triste a imagem

Na casa de pau e barro
O homem olha pro céu
Só vê o azul sem nuvens
Ele se senta ao léu
Sem esperança de chuvas
Roga a Deus tira o chapéu

Se tem seca demorada
Ele vira retirante
Segue com sua família
Procura lugar distante
Pra trabalhar e manter
A família doravante

A noite que não tem lua
Se vê o céu estrelado
E o carreiro do céu
È o mais admirado
O belo jardim de estrela
Deixa o homem fascinado

No sítio sem energia
Não tem a televisão
Meninos cantam e brincam
No terreiro onde estão
Nas noites de lua cheia
Quando é tempo de verão

O vaqueiro se levanta
Vai cedo para o curral
Tirar o leite da vaca
O seu trabalho normal
Depois leva para o pasto
Seu cuidado matinal

A brisa sopra suave
Agita o marmeleiro
Vaqueiro leva a boiada
Pra pastar no tabuleiro
Vai cantando o aboio
No seu cavalo ligeiro

Acompanha o cachorro
O amigo maios fiel
Que ajuda no trabalho
Do gado do coronel
Só volta ao anoitecer
Já cumpriu o seu papel

Ao meio dia o sol quente
O vaqueiro faz parada
Na sombra do juazeiro
Sua breve descansada
Para a hora do almoço
Vigiando a boiada

O cavalo e o cachorro
Ficam perto descansando
O gado busca a sombra
Fica o tempo ruminando
Já vem o virar da tarde
Se levantam e vão pastando

Se alguma rés se afasta
O vaqueiro vai atrás
O cachorro logo a cerca
Fica latindo demais
Ela volta para as outras
Por entre os matagais

A tarde o sol vai baixando
Chegou a hora afinal
Que o vaqueiro reúne
Os bois no tempo real
E volta antes da noite
Com o gado pro curral

Nas festas de vaquejadas
Vem os melhores vaqueiros
Pra derrubadas de bois
Se sentem heróis verdadeiros
E recebem os aplausos
Do povo e dos companheiros
Para o homem sertanejo
A maior estimação
Cavalo mulher e gado
Um cachorro em ação
Cercando gado no campo
e festa de apartação

se tem um universo bom
Fartura pra todo lado
Tem novena e fogueiras
São João é festejado
Com fogos e bacamarteiros
Deixa o povo animado

Tem a dança de quadrilhas
Coco forró e baião
Com sanfoneiro famoso
A palhoça é diversão
Com dança e arrasta-pé
O rala bucho de então

Como é gostoso dançar
Com a menina cheirosa
O corpo junto quentinho
Com uma ginga dengosa
Na batucada vibrante
E a sanfona cheirosa

Para quem é nordestino
Morre e não vai esquecer
A vida em nossa terra
Dar orgulho e dar prazer
“Nordeste é o lado doce”
Desse Brasil pode crer.

(Esperantivo)

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