O beija flor e a formiga
A formiga conversando
Com um lindo beija flor
Sobre a bela jardinagem
A obra do Criador
E um bonito jardim
Com belas flores um amor
A formiga perguntou
O que tu estais fazendo?
O beija flor respondeu
Estou o pólen colhendo
Pois vejo plantas morrendo
A formiga também disse:
Isso eu faço também
Pego sementes e levo
E planto onde não tem
Pois cuidar da floresta
Isso acho que convém
O beijo flor respondeu
Isso é bonito de mais
u no ar você no solo
Não vamos parar jamais
Pois desse nosso trabalho
Depende os animais
O meu ninho é reciclado
Com galhos de vegetais
U plumas de algodão
São de plantas naturais
Não tem barro nem cimento
Sem devastação do progresso
Não derrubamos uma planta
Uso fonte natural
Não tem vidro nem concreto
Em nosso material
Mas a tecnologia
É de ponta afinal
Sem máquina pra cavar
Tudo é feito em união
O grupo de operárias
Assumem esta função
Desde o começo da obra
Até o fim da ação
Sem derrubar uma planta
E sem praticar queimada
Todo entulho vira
Energia renovada
E a colônia inteira
Trabalha na empreitada
O beija flor disse: amiga
Eu faço o mesmo processo
Faço o ninho e minha esposa
Põe os ovos e eu confesso
Construímos nossa vida
Sem este cruel progresso
Da flor tiramos o nécta
Para as plantas preservar
Levo o pólen a outras flores
Pois vou lhes polinizar
Quando o homem corta a planta
Do pólen outras vão brotar
A formiga logo disse:
Isso eu faço também
Sem planta falta comida
Falta sombra onde tem
Destruir esta beleza
Não é bom para ninguém
Beija flor o que faremos
Pra parar a agressão
A nossa mãe natureza
Sofrendo tanta pressão
Obeija flor respondeu:
Mudar do homem a visão
Pois a comadre arara
Hoje a vi desolada
Pegaram a sua família
Com uma rede armada
Para cidade levaram
Mesmo ser te feito nada
Caro amigo beija flor
É triste o que vou contar
Aqueles pés de jaqueira
Hoje vieram cortar
Derrubaram e levaram
Ficou vazio o lugar
Depois atearam fogo
Perto a minha moradia
Matou compadre preá
Foi triste a covardia
Se salvou quem correu logo
Equem voou neste dia
Toda semente que planto
Não tem tempo de nascer
O homem arranca tudo
Como dá pra perceber
O homem devasta o campo
Queima se o mato crescer
Aqui em cima também
A coisa tá diferente
E toda esta mudança
Rapidinho a gente sente
Pois estão modificando
Todo o nosso ambiente
Vi pegar o seu xexéu
E levaram pra vender
Colocaram na prisão
Sem o pobre merecer
Bem distante da família
De desgosto vai morrer
Cevaram o nosso amigo
Compadre camaleão
Pois mesmo se camuflando
Não escapou na ação
Foi visto e capturado
Não valeu a prevenção
Comadre formiga veja
Como esta triste o dia
De manhã esta faltando
Do tiziu a melodia
O canto do curió
Do sanhassú qe assubia
Meu compadre beija flor
Num espaço tão pequeno
Eu fiz a minha morada
Por baixo de um terreno
Mas chegaram de repente
E colocaram veneno
Mas para a minha sorte
Desse lugar escapei
E para outro lugar
Com a família mudei
Mas morreram muitos filhos
E assim muito chorei
Beija flor disse: compadre
O tempo mudou demais
Queimaram nossas florestas
Que eram dos ancestrais
E cada dia que passa
A destruição aumenta mais.
Autor: Esperantivo
Orobó-PE
14\02\2016
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