Um artista viu nascer
Foi o Tavares da gaita
Músico bom pra valer
Quem tem um grande talento
Não sei como descrever
Pois falar deste artista
Acho uma grande missão
Me acho incapacitado
Mas usa a inspiração
Peço que a minha rima
Descreva com exatidão
Pois eu sou um aspirante
No rumo da poesia
Porém sob o papel
Escrevo com euforia
As coisas de meu sertão
Que me dão tanta alegria
Como uma patativa
Que canta no milharal
Tavares tocava gaita
De forma fenomenal
No lugar onde passava
Promovia um festival
Em dez de março nasceu
Este artista de valor
Ano mil e novecentos
Vinte cinco meu senhor
Cidade Taquaritinga
Viveu este cantador
Trabalhou de alfaiate
E também de sapateiro
E na lida aprendeu
Ofício de marceneiro
Porém sua alma tinha
Um artista verdadeiro
Ano de cinquenta e sete
Ele veio assim mora
Cidade de Caruaru
Foi o seu novo lugar
Passou a divulgar arte
E sua gaita tocar
Artista autodidata
Trazia inspiração
Criava seus instrumentos
Com bastante perfeição
Pvc, bambu, cabaça
Matéria pra produção
Seguiu levando cultura
Muita musicalidade
Andando pelo país
Desde sua mocidade
Mostrando a sua arte
Divulgando a cidade
No ano dois mil e quatro
Primeiro cd gravou
Foi o sanfona de boca
Que assim entítulou
Foi o único da carreira
Mais muito belo ficou
Com setenta e nove anos
De idade meu irmão
Foi a data que Tavares
Do cd fez gravação
Sendo muito elogiado
Pela boa produção
Ano de dois mil e seis
De fazer shows parou
Após passar mal no palco
Ele então não voltou
Mas sentiu muita saudade
A doença lhe abalou
Mas porém nunca deixou
De levar o seu legado
Foi amante da cultura
Um artista dedicado
Criativo e completo
Que deu conta do recado
Com oitenta e quatro anos
O Tavares faleceu
Ano de dois mil e nove
Este fato ocorreu
Dia oito de Abril
A poesia pendeu
Seguiu a sua viagem
Pra corte celestial
Com certeza lá no céu
Vai haver um festival
Mais um poeta que parte
Pro mundo espiritual.
Autor: Esperantivo
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