Luiz Espereantivo
Rádiode pilhas tocando
Noite nua enluarada
O lambú dando açoite
O choro da meninada
O romance do matuto
Um matuto todo bruto
Uma cobra embaraçada
Klebson oliveira
Cortar a jurema preta
Para a cerca consertar
Junto também o pinhão
Pra galinha não passar
Botar lenha no fogão
Preparar o lampião
Pra quando a noite chegar
Luiz Esperantivo
E é preciso relembrar
Da conversa da calçada
As famílias reunidas
Do forró e vaquejada
Da piadeira dos pintos
de fazer atos instintos
E tomar uma bicada
Klebson Oliveira
Uma sela pendurada
Bem pertinho do gibão
A perneira e a manta
O cabresto e o cinturão
Espora e o guarda peito
Bota e luva deste jeito
Me vem a recordação
Luiz Esperantivo
E me traz muita emoção
defender o meu torrão
Mostrar sempre o seu valor
Pedir a Deus proteção
Inspiração pro repente
E alegrar esta gente
Com a maior louvação
Klebson Oliveira
Saudades em meu coração
Histórias que mãe contava
Das presepadas da gente
Quando a gente trelava
E do meu chapéu de palha
Também da velha cangalha
Do tempo que campeava
Luiz Esperantivo
Eu nasci em Orobó
Eu sou filho do sertão
Arranquei muito “velame”
Lá no meu sítio Varjão
Me mudei para cidade
Apesar da pouca idade
Não esqueço o meu torrão
Klebson Oliveira
E nesta lamentação
Meu peito sente saudade
Do sertão da minha infância
de minha pouca idade
Mas guardei em minha mente
As brincadeiras da gente
Ficou pra eternidade
Luiz Esperantivo
Amassava o feijão
E comia de bolinho
Peguei rolinha no laço
Quando chegava no ninho
Hoje vivo a lamentar
Com vontade de chorar
Lembrando o meu cantinho
Klebson Oliveira
Quando era bem cedinho
Eu ia o milho ralar
Para fazer o cuscuz
Para o café aprontar
O café morto no pau
E das roupas do varal
É gostoso relembrar
Luiz Esperantivo
O ferreira a se aninhar
Lá no pé da catingueira
Beija- flor sempre a voarTem também a lavandeira
Com a sua cor singela
Via mamãe na janela
Passar goma na perneira
Klebson Oliveira
Mamãe ia de primeira
Cortar palma e cambão
Pra levar para cocheira
Para dar pra criação
Não tinha nenhum enfado
Para lutar com o gado
E cuidar da plantação
Luiz Esperantivo
A goteira se dispersa
Quando a água cai no chão
Com a chuva bem fininha
Correndo pro “riachão”
Olho da minha janela
Me vem a saudade dela
Apertando o coração
Klebson Oliveira
Do motor a vibração
Quando desce a rural
O povo pra ir pra feira
Todo sábado afinal
Lá na feira tem cordel
Vendedor de milho e mel
Tem tudo bom e legal
Luiz Esperantivo
Canta cravina legal
Na gaiola no oitão
A bananeira escorada
Cerca coberta em melão
Pitombeira no aceiro
Tira gosto do carneiro
Velha chaleira ao fogão
Klebson Oliveira
Na sobra do juazeiro
Descansava meu enfado
O açude de seu João
Atravessava a nado
Também caçava rolinha
Para comer com farinha
Com um café bem preparado
Luiz Esperantivo
E o bezerro desgarrado
Por dentro do marmeleiro
Da chuva fina molhando
Saudades de ser vaqueiro
Aboiando na fazenda
Da casa grande ou da tenda
Das cirandas no terreiro
Klebson Oliveira
Pro curral ia primeiro
O leite papai tirava
Da nossa vaca estrelinha
Tudo isso admirava
Mamãe fazia coalhada
E aquela galinhada
Que a gente degustava
Luiz Esperantivo
No barreiro eu tomava
Banho na ocasião
Dava banho nos cavalos
E cortava a ração
Do curral da vacaria
Do gibão e da ródia
Pra levar garrancho então
Klebson Oliveira
Pegar água na cisterna
Do tambor da urupema
Açoitava o meu jumento
Escutava a seriema
E o canário estalador
A luta do agricultor
Ouvir o gemer da ema
Luiz Esperantivo
Uma flor da cor de gema
E flor de palma no verão
Bem vermelha e docinha
Suculentas elas são
Serve para alimento
Faz doce no cozimento
Receita da região
klebson Oliveira
Sou o Klebson Oliveira
Vila Chêus é meu lugar
No município Casinhas
Você vai me encontrar
Sou defensor da cultura
Onde tenho a estrutura
Do repente popular
Luiz Esperantivo
O matulão vou pegar
E selar o meu cavalo
Escutando os seus cascos
Batendo fazendo estalo
No caminho de lajedo
O bezerro logo cedo
Correndo eu vou busca-lo
Klebson Oliveira
Agora vou informa- lo
Dizer minha profissão
Sou técnico de enfermagem
Nesta minha região
Sou locutor e poeta
Com alegria completa
Sou grato de coração
Luiz Esperantivo
Escuto o galo “cancão”
Cortejando a galinha
Ciscando lá no terreiro
Quando é de manhãzinha
Enquanto o sol vem raiando
O dia escancarando
Voa livre a andorinha
Klebson Oliveira
Trapiá a tardezinha
No tempo da floração
Vai soltando seu aroma
Ao vento da região
Com fruto amarelado
É bastante procurado
Pela uruçu do sertão
Luiz Esperantivo
Entoando uma canção
Em noite de cantoria
O violeiro improvisa
Com bastante maestria
O mote ele vai glosando
E seus versos vai montando
Numa noite de alegria
Klebson Oliveira
Com certeza neste dia
O sertão abre a cortina
Da riqueza cultural
Assim o poeta assina
O canto da vocação
Fruto da inspiração
Dado pela lei Divina
Luiz Esperantivo
No alpendre ou na esquina
No campo ou na cidade
No sol ou ao lampião
Ou energia é verdade
Pode ser do sul ao leste
Na cultura do Nordeste
Mostra sua intensidade
Klebson Oliveira
Você tem agilidade
No ato de improvisar
Mostra ter conhecimento
No tema que relatar
Sem fugir da opção
Com calma e emoção
Deste meu belo lugar
Luiz Esperantivo
É gostoso relatar
A nossa localidade
As belezas sertanejas
As riquezas da cidade
Vila Chêus é seu lugar
Orobó bem perto estar
Pra minha felicidade
Klebson Oliveira
Em nossa oralidade
Descrevemos nestas linhas
As belezas de Orobó
E as riquezas de Casinhas
Você do sítio Varjão
Eu de vila Chêus irmão
Localidades vizinhas.
Luiz Esperantivo
Como duas avezinhas
Patativa e beija- flor
Levamos pólen da arte
Seja para onde for
Declamando o sertão
Nossa bela região
Com carinho e amor
Autores: Luiz Esperantivo
Klebson Oliveira
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