sexta-feira, 18 de abril de 2014

Fragmentos de mim



Fragmentos de mim

Vou começando o cordel
Retornando ao passado
Em minha adolescência
Tempo de apaixonado
Sonhando com um futuro
Muito bem estruturado

Ano de oitenta e seis
Com dezoito anos estava
Conheci a Rosemary
No lugar que estudava
Aqui em nossa cidade
Um romance começava

Esta jovem estudava
Pra prestar vestibular
Colégio Mario de Andrade
Veio a se preparar
Foi naquela trajetória
Que fomos nos encontrar

Foi um ano se olhando
E conversando também
Junto a uma amizade
Desta que nos fazem bem
Depois nós nos afastamos
Sem ter motivo porém

Ela foi para FUNESO
E matemática cursou
Ano de oitenta e sete
No caminho se cruzou
Comigo mais uma vez
E um romance começou

Ela trazia consigo
Uma vida bem vivida
Um romance proibido
Outra vida já perdida
Mas com força e coragem
Teve êxito na partida

Pois com o erro aprendeu
Fez da queda uma lição
Esquecendo o passado
De tristeza e frustração
Superou dificuldades
Com força e convicção

Eu um eterno menino
Por ela me apaixonei
Iniciei o namoro
Ali eu me encantei
Mesmo sabendo a verdade
Em seus braços me joguei

A verdade que o amor
Não vem nascer com o tempo
E a paixão é passageira
No peito do elemento
Só amamos uma vez
Isto é um fundamento

Um ano depois casamos
Após sua gravidez
De nosso filho mais velho
Querido por sua vez
A nossa grande herança
Que o destino não desfez

Foi gerado com carinho
E criado com amor
Foi a nossa alegria
Recebeu nosso calor
Uma joia preciosa
De um imenso valor

Depois veio a Suelen
A nossa linda filhinha
Para trazer mais  alegria
A pequena princesinha
Companheira da mamãe
É a nossa bonequinha

Tete já com cinco anos
Amável e dedicado
Uma criança tão meiga
Um garoto educado
Tão belo e inocente
Crescendo ao nosso lado

Ela estava formada
Um sonho realizado
Conquistando novo espaço
Com plano estruturado
Aquele mundo de antes
Ficou no tempo arquivado

E quando sui completou
Os três anos de idade
O casamento faliu
Pra minha infelicidade
Ela quis uma nova vida
Pra gozar a liberdade

Porém eu me esqueci
Da vida sua lição
Para me tornar um homem
Firme com o pé no chão
E viver para a família
Dando amor e proteção

Fui escravo da bebida
No declínio acabei
Com o leite derramado
Foi então que acordei
Hoje sigo minha vida
Sem a mulher que amei

Assim que me separei
Veio logo a depressão
De meus filhos separado
Perdi minha direção
Mas na hora do tormento
Os meus pais deram a mão

Ela seguiu seu caminho
Já sabia o que fazer
Passou a curtir a vida
Mergulhada no prazer
Sabia e experiente
Soube como então vencer

Eu perdido no trajeto
Buscando achar o prumo
Seguindo em desatino
Este erro eu assumo
Mas agora vou seguindo
Buscando achar o prumo

É preciso nesta vida
Prestar muita atenção
Quem se junta sem amor
Preso pela paixão
Vai sofrer as consequências
De desprezo ou traição


Cuidado com a rotina
No universo do casal
Faça do seu casamento
Um jeito muito legal
De viver sendo feliz
Todos unidos afinal

Eu como um pai ausente
Por esta situação
Perdido no sentimento
Doendo a separação
Vou pedir humildemente
Filhos o vosso perdão

Sei que muito eu errei
Mas busquei hoje acertar
Conheçam bem a história
Para bem avaliar
Pois o erro do passado
Ninguém pode consertar

Se contaram pra vocês
Uma história diferente
Nada melhor que o tempo
Para relatar pra gente
De uma coisa estou certo
Busquei fazer diferente

Sei que em sua balança
Peso menos afinal
De que sua genitora
Vamos falar bem real
Por causa destes fatores
É um ato natural

Se não fiz então errei
Não posso mais consertar
Tudo ficou no passado
Não posso mais retornar
Só trago boas lembranças
Do que pude conquistar

Hoje com cinquenta anos
Vejo sua mocidade
Conquistando os seus sonhos
E outra realidade
Posso então seguir tranquilo
Para a eternidade


Saibam que amo vocês
Isto é uma verdade
Cada dia que se passa
De vocês sinto saudade
Vocês são minha riqueza
A minha outra metade

Eu demorei trinta anos
Para a lição aprender
Que a vida é passageira
Não pode retroceder
O tempo passa veloz
Devemos feliz viver

Que amar sem ser amado
É viver na solidão
É nadar em correnteza
Sem saber a direção
Que quem age sem pensar
Perde o prumo da razão

Pois eu já tomei cachaça
Na vida me embriaguei
Fui burro e ciumento
E também eu já fumei
Porém sempre fui fiel
A mulher que eu amei

A vocês eu dei carinho
E também o meu amor
Na distância me perdi
Não sei se fui protetor
Ou mais um inconsequente
Entrego tudo ao Senhor

Hoje não quero mais nada
Somente a poesia
A solidão me maltrata
Tirando minha alegria
Mas o poema me anima
A cada raiar do dia.


Esperantivo

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