quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A seca no sertão e no mangue a devastação

 

O sol castiga o solo
Queima a vegetação
As rachaduras se vê
Em cada lugar do chão
Morre lavouras e gado
Na seca lá no sertão

De perneira e gibão
O destemido vaqueiro
Corre lá na caatinga
Na terra do umbuzeiro
Lutando pelo seu pão
Montando o alazão ligeiro

Mas quando a chuva cai
Molha o querido chão
O homem pega a enxada
Na maior disposição
Planta feijão milho e fava

Reza a frei Damião.
E na cidade que é
Cercada do manguezal
Homens se jogam na lama
Com maruim infernal
Pega siris caranguejos
Junta no saco ou bornal

O vaqueiro da fazenda
Enfrenta espinheirão
O boi brabo perigoso
A vaca na parição
A cascavel enroscada
A seca, a insolação

Quando o inverno é bom
O homem tem alegria
Com safra na plantação
Cuida dos bichos que cria
Não devasta a natureza
Mas sofre a hipocrisia.

Que o ser da cidade
Destrói sem dó o cerrado
Diz que está cultivando
Usa trator e arado
E que precisa pagar
Plantio financiado

Por isso a água seca
Faz o assoriamento
Falta água pra beber
Lavoura de alimento
Seca barreiro e açudes
Racha terras com esquento

A natureza castiga
A cidade com chuvadas
Enchentes em maré e rios
Famílias desabrigadas
As pessoas perdem tudo
Gente fica soterrada

Na alta serra resiste
O cacto mandacaru
Só escapa do estio
O sapo e o lambú
E no gaiteiro do mangue
Fica só o aratu

Esse lindo paraíso
Precisa de proteção
Com trabalho de apoio
E conscientização
Antes que sejam extintos
Os vaqueiros do sertão

Vamos todos  preservar
Nosso meio ambiente
Não poluir mais os rios
E a cidade da gente
Amar a  mãe natureza
Como agreste  ama repente

Lá no sertão em Serrita
Tem a missa do vaqueiro
Que com o amor mantém
A memória do guerreiro
Foi o Raimundo Jacó
Era forte brasileiro

Da forma que caim
Matou Abel o irmão
Foi o  Raimundo Jacó
Morto pela traição
Da mão de um invejoso
Covarde com ambição

A morte desse vaqueiro
Do covarde foi o ato
No dia 08 de julho
Houve esse cruel fato
54 o ano
O Brasil sabe o relato

       Vários cantos do Brasil
Doenças pra todo lado
Mata  pescadores
Homens ao bem dedicados
Na lida, no lamaçal
Depois choram desolados

Para os heróis do mangue
Mando a saudação
Muitos perderam a vida
Sem encontrar proteção
Iguais  Raimundo Jacó
Que foi morto no sertão

No sertão lá em Exú
Luiz Gonzaga defendeu
Os guerreiros do sertão
Que na vida já sofreu
Correndo atrás do gado
Onde muito  já morreu.
Na cidade do Recife
Chico Science defendeu
O mangue com sua arte
Na cidade que nasceu
Falando do pescador
Da luta e legado seu

Lá no sertão de Gonzaga
Criou-se uma tradição
É o forró pé-de-serra
Com sanfona e baião
Chico Science no Recife
Fez música revolução

Daí você pode vê
Cultura não tem idade
Da praia até o sertão
Tem música de qualidade
Como cultura do povo
Desde da antiguidade.
Por  esse motivo eu
Dividi meu coração
Por que nasci na cidade
Mas amo muito o sertão
Que a árvore da poesia
Dá flores e cai no chão

Tem aboio e tem viola
Mulher rendeira e cordel
Mesmo com a seca lá
Há rapadura do mel
Pior é devastação
Da mão do homem cruel

Eu espero que o homem
Comece a respeitar
A nossa mãe natureza
Para tudo melhorar
A nossa missão aqui
É o amor propagar

Autor: Esperantivo



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